sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Garrett McNamara e José Gregório apanham as maiores ondas já surfadas na Nazaré

Depois de dois dias de adaptação ao nosso Outono e ao “jetlag”, Garrett McNamara, um dos surfistas de ondas grandes mais destemidos e conceituados do mundo, estava pronto para conhecer de perto as ondas da Nazaré.


Juntamente com o ex-tri-campeão nacional de surf José Gregório, o seu parceiro nesta aventura, “GMAC”, como também é conhecido este havaiano de 43 anos, teve a oportunidade de observar “in loco” as ondas que quebraram no Domingo e Segunda-feira passados na Nazaré, naquela que foi a primeira grande ondulação deste Outono, embora não surfável, devido às condições climatéricas.


Mas ontem a dupla (a quem se juntou o francês Peyo Lizarazu, amigo de ambos e outro dos surfistas de ondas muito grandes bastante conceituado internacionalmente) encontrou condições perfeitas, com ondas na casa dos 6 a 7 metros, vento fraco e sol, o que acabou por proporcionar uma primeira sessão de exploração das ondas da Praia do Norte. Dessa sessão de surf Tow In (rebocado por motas de água), resultaram as imagens que podem ver em anexo e que são algumas das maiores ondas já surfadas naquele local ou até mesmo em Portugal!


“Pesado, muito pesado! Estou profundamente convicto que estas foram algumas das ondas mais pesadas que alguma vez apanhei,” afirmou McNamara. “Achei-as grandes, poderosas e perigosas. Agora percebo o que o Kelly (Slater) me queria dizer quando afirmou que um erro aqui podia ser o nosso último!... Surfámos três picos diferentes e gostei de todos. Temos mais três semanas cá, por isso quero continuar a explorar, mas fiquei com a certeza que este é o local ideal para se fazer uma prova de ‘Extreme Waterman Chalenge’, pois não são de facto ondas para brincadeiras,” concluiu.


“Lá dentro até nem pareciam muito grandes, pois estavam perfeitas, mas depois de ver as fotos posso afirmar sem qualquer dúvida que estas foram as maiores ondas alguma vez surfadas aqui nesta praia,” afirmou José Gregório.


“A ondulação até nem era das maiores, mas o dia estava perfeito e, com o fenómeno de ampliação que o Canhão da Nazaré faz às ondas, elas duplicam de tamanho no momento de quebrarem. Foi uma das melhores sessões que tive ali, mas vi a vida a andar para trás no final, quando uma espuma grande me virou a mota que conduzia. Fiquei muito perto da areia mas, de repente, o mar apanhou-me e, em segundos, voltou a levar-me para fora e depois a arrastar-me para as pedras. Tentei flutuar o mais possível, uma vez que tinha o apoio do colete e, novamente de repente, cheguei de novo à areia. Foi assustador, mas felizmente tudo acabou bem. Quem manda é o mar, disso não haja dúvidas,” concluiu.


Os dois surfistas, que estão a trabalhar juntos pela primeira vez, estiveram na passada terça-feira no Instituto Hidrográfico, em Lisboa, onde ouviram com atenção os responsáveis pelo Monican – o projecto que estuda pormenorizadamente o Canhão da Nazaré, e trocaram impressões preciosas, que os estão a ajudar bastante neste projecto.


Este projecto é organizado pela Câmara Municipal da Nazaré, Clube de Desportos Alternativos da Nazaré e Nazaré Qualifica E.E.M., contando com os apoios do Turismo do Oeste, QREN, Lightning Bolt, GoPro – D’Maker, Filipemotoshow, Isuzu, Lena Automóveis, Peter Grimm, Instituto Hidrográfico Português, Tonic Gym, Surftotal, Surf Portugal, Antena 3, Surfer Rule e Surfspots-gps.com.